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Antes de iniciar essa leitura, devo alertar a você, caro leitor, que este texto contém muitos “spoilers” do filme Midsommar, escrito e dirigido por Ari Aster. Você pode chamar os parágrafos seguintes de uma análise crítica de um filme, mas eu, particularmente, o considero um simples mecanismo de defesa – a sublimação – que reflete muito do que vejo em sala de aula (online) ao discutir a Psicanálise, mas que, acima de tudo, essa interpretação é um espelho de todo o meu (contínuo) processo terapêutico.
Bom, começando com os “spoilers”, Midsommar é um filme sobre choques culturais e coloca em xeque os extremos – opostos – de sociedades distintas embasadas em valores morais completamente diferentes; por um lado, temos a coletividade, a empatia, o cuidado, a expressão única das emoções e do sofrimento e, por outro, temos a individualidade, a ganância, a insensibilidade afetiva e a estupidez; vale ressaltar que todos esses aspectos são muito bem representados por personagens presentes no filme, como também em cenas riquíssimas de símbolos e detalhes.
Portanto, podemos dizer que o filme revela uma crítica a sociedade atual, levando em consideração a forma robótica e mecanizada que estamos sempre – como humanos – atuando; o próprio nome já diz, é um mecanismo de defesa que colocamos em prática frente a situações que nos desencadeiam muito sofrimento, contudo, persistimos tanto nessa manobra defensiva que acabamos a incorporando por completo em nossa subjetividade. O diretor faz esse contraponto em diversas partes do filme, por exemplo, na cena em que o personagem Mark urina em cima dos ancestrais da tribo, mostrando, assim, o total desrespeito vigente na nossa sociedade ao se deparar com a pluralidade de culturas.
Por que eu comecei falando que este texto seria uma interpretação subjetiva e agora estou comentando essa crítica social? Bom, (tem) tudo a ver. Estes aspectos estão intimamente relacionados, uma vez que são os valores e os modelos sociais que moldam e constroem a nossa personalidade e subjetividade. E isto é demonstrado de forma muito clara no filme, logo no início, vemos cenas escuras com muitas sombras e pouca luz, isso poderia representar a forma como que a protagonista Dani se sente e também o seu sofrimento. Ao decorrer do filme, a personagem entra em contato com novas experiências que promovem reflexões sobre si e sobre as pessoas à sua volta. E com essa introdução de novos elementos moduladores de subjetividade, por assim dizer, começa-se também a espetacular iluminação do filme, as cenas são claras e possuem muita luz, principalmente solar.
Dessa forma, compreendi que o filme se tratava de um processo terapêutico e relacionei com a Psicanálise, visto que esta é a abordagem com a qual tenho mais afinidade e, também, porque estou em análise. Sendo assim, todos os elementos do filme, as cenas, a iluminação, mostram para o telespectador o processo de Dani para ressignificar as suas experiências e modificar a sua própria interioridade, refletindo, é claro, sob a sociedade – da mesma forma que esta reflete sobre ela. Alguns elementos que gostaria de ressaltar aqui e que são pertinentes para essa discussão são as imagens detalhadas no interior da tribo (nas roupas e nas paredes), todas essas imagens ditam – não só o percurso da história – mas, sobretudo, as representações simbólicas que a personagem construiu ao longo da sua vida (e está construindo), os quadros na parede representam a dinâmica intrapsíquica e, julgo afirmar, a dinâmica interpsíquica/relacional.
Sendo assim, o filme evidencia essa mudança de perspectiva que a personagem possui em relação a essas representações, por exemplo, a figura dos pais no início do filme remete à algo muito doloroso, e durante as cenas, os pais retornam, porém com um aspecto suave, saudosista e alegre. Outro elemento que me chamou muita atenção foi o grande templo na forma de triângulo amarelo que, na minha interpretação, significa o entendimento e posicionamento do outro – ou melhor dos outros – no interior de cada um, remete-me aos postulamentos de Winnicott sobre a entrada do pai na relação mãe-bebê. Acredito que este último tem um significado muito grande e representa ainda mais esse desenvolvimento terapêutico, uma vez que a história se baseia nisso: na construção (ou deterioração) das relações, sejam elas familiares ou entre amigos, e a possibilidade de modificar a compreensão sobre um contexto e também a atitude sobre ele.
Outro aspecto notório é a questão cíclica, sempre afirmada no filme, a morte como algo integrante do ciclo de vida do ser humano alinhada à reprodução de vida, evidenciada pela cena do ato sexual e também pelas mortes dos idosos vivenciadas de forma pacífica por parte dos integrantes da tribo, ou seja, o filme traz a importância de compreender que as “coisas” estão e são um ciclo e toda vez que algo morre, outra nasce – ou renasce, como no caso da protagonista.
Então, por fim, chego ao ponto clímax dessa discussão que almejei, todo o filme retrata um processo terapêutico em que a chegada da luz (análise) proporciona novas perspectivas e novas experiências ligadas a construções de relações externas e ressignificações de representações simbólicas. Por isso, ao meu ver, fica claro o renascimento psíquico vivenciado pela protagonista Dani, que diante de tanto sofrimento, tentou várias vezes sufocá-lo, inclusive com medicamentos (novamente aí uma crítica à sociedade que utiliza ferramentas farmacêuticas para silenciamento de emoções), se propôs a questionar a sua essência, as suas relações e, de certa forma, a sua expectativa para o futuro. Ela deu um novo olhar para as suas frustrações e lugar para suas expectativas, para si mesma. Ela matou o que a consome (simbolicamente).
Portanto, tal renascimento promovido pelo engajamento da protagonista a se adentrar nesta nova “cultura”, demonstrado pelas flores, pela luz, pela colheita e pelo único ato sexual apresentado, pode representar a psicoterapia psicanalítica e o seu desenrolar. É o “cavucar” do inconsciente e um novo olhar sobre os mecanismos de defesa que permite ao indivíduo reconstruir um novo Eu, sendo assim, temos presente um ego que está sendo estruturado, contraposto a todo momento com um Id e com um Superego, resultando numa bela e recheada – de significantes – integração psíquica.
O engraçado de tudo isso é que o diretor Ari Aster escreveu o roteiro desse filme justamente no momento de sua vida em que estava vivenciando um término de namoro, como também, ironicamente ou não, é vivenciado pela protagonista. Pode ser, então, que o amadurecimento psíquico os fez, tanto o diretor quanto a protagonista, exercer o mecanismo de defesa da sublimação, tal qual, novamente, ironicamente ou não, eu também o exerço agora.
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Caroline Lopes Bolsoni é estudante do 3°ano de Psicologia – UniCesumar e Membro do Instituto Psicologia em Foco.