Blackjack Ao Vivo Truques: Volcano Bingo es operado por Jumpman Gaming bajo una licencia del Reino Unido para juegos de azar remotos con número de referencia.
Los jugadores pueden activar hasta 15 giros gratis, cada uno con un multiplicador de 3X, y también hay una función de apuesta que le permite arriesgar sus ganancias para tener la oportunidad de cuadruplicar sus recompensas.
El casino tiene una extensa lista de juegos de cientos de juegos en HD de los principales desarrolladores de la industria que seguramente le brindarán un desafío inmersivo y lo harán regresar.
El rendimiento de la mecánica, los efectos visuales y sonoros y las características especiales es sobresaliente.
Os muros de Berlim, as cataratas do Iguaçu e as fronteiras de todos nós
…
Há
dor na vida. Há dores que são mais fortes, outras menos, porém todas incomodam
e nos mobilizam. Existe um lado da dor que impede a vida. A dor é egoísta,
narcisista. Ela atrai todas as atenções para si mesma. Uma dor no estômago nos
faz sentir que nosso corpo é formado apenas de estômago. Assim como numa dor de
cabeça, o corpo parece se resumir à cabeça. A dor nos leva a suspender outras
áreas da vida de modo que a nossa atenção fica totalmente voltada para ela.
Winnicott,
em seu livro chamado “Tudo começa em casa”, constrói uma bela metáfora ao dizer
que existem muros de Berlim dentro de cada um de nós. Esses muros seriam as
zonas de conflito, as fronteiras que separam um território do outro. As áreas
fronteiriças de um país normalmente são conflituosas, pois delimitam onde um
espaço começa e o outro termina. E quando o assunto é respeito aos limites, o
ser humano parece enterrar anos de evolução de sua espécie.
No
nosso mundo interno existem áreas que vivem em guerra com territórios vizinhos.
Nesses momentos é preciso reconhecer e olhar para o conflito sem esquecer que
existem outras áreas que não estão em guerra. Winnicott pontua que nos espaços
que se distanciam das fronteiras reside a potencialidade para a criatividade,
para o lúdico e para a elaboração.
Arrisco-me
a dizer que nessas áreas longínquas encontraremos inspiração para vencer a dor
que a guerra nos impõe. São espaços de paz, tranquilidade e de transformação da
nossa visão. O mesmo olhar que antes estava focado na dor do conflito, poderá
se tornar panorâmico. Enxergaremos mais, não por utilizar lentes melhores, pois
os olhos são os mesmos, mas por estarmos a uma certa distância da zona de
conflito.
Fenômeno
parecido pode ser observado por um turista que visite as cataratas do Iguaçu
sob dois pontos de vista: o lado argentino e o lado brasileiro. As cataratas
estão localizadas na fronteira entre Brasil e Argentina. No lado argentino, é
possível ver as cataratas bem de perto, contemplá-las de cima e quase tocá-las.
Já no lado brasileiro, a visão é panorâmica, mas as quedas são as mesmas.
Nos
dois lados é possível ver as cataratas, o que muda é a nossa distância em
relação a elas. Enxergar o mesmo fenômeno com uma certa distância nos dá a
sensação de participarmos dele, sem nos confundirmos com ele. O lado argentino
das cataratas nos coloca tão próximos a elas que não conseguimos calcular a sua
grandeza. Já o lado brasileiro, ao proporcionar uma experiência mais ampla das
cataratas nos coloca em contato com a sua imensidão, imponência e onipotência.
Sendo que, ao mesmo tempo que somos participantes desse espetáculo natural, é
possível, por causa da distância, estar no lugar de espectador e fotografar
toda a dimensão das cachoeiras gigantes.
Sendo
assim, é preciso se distanciar da área de conflito, no entanto, é necessário
também que permaneçamos com os olhos sobre ela. Isso equivale a dizer que
precisamos olhar para dor, porém com uma certa distância para que não nos
confundamos com ela e assim possamos ocupar o espaço que se afasta da zona de conflito,
pois é nessa terra distante que poderemos desfrutar de momentos de paz e
criatividade. E quem sabe, assim como um turista que visita o lado brasileiro
das cataratas, também é possível fazer belas fotografias da nossa área de
guerra. Pois, ocupar o espaço da paz e do lúdico não é negar a dor, mas se
afastar dela a fim de que ela seja fonte de inspiração.
Afinal, é bem verdade que há dor na vida, mas não podemos negar que também existe vida na dor.
:.
Lívia Batista Pereira Larranhaga é psicóloga CRP: 08/13426